Ministério da Saúde realiza Campanha Nacional de Vacinação contra o Sarampo e a Poliomielite, em agosto


Ministério da Saúde realiza Campanha Nacional de Vacinação contra o Sarampo e a Poliomielite, em agosto
Foto: divulgação

Após receber o certificado de eliminação do sarampo, concedido pela Organização Panamericana de Saúde (OPAS), em 2016, o Brasil volta a presenciar um cenário de surto da doença. Segundo o Ministério da Saúde (MS), o país enfrenta a circulação do vírus nos estados de Roraima e Amazonas, desde fevereiro de 2018, e, em janeiro deste ano, o Rio Grande do Sul e o Estado de São Paulo registraram novos casos, totalizando uma média de 677 ocorrências confirmadas.
Visando promover a imunização e prevenir a propagação dos vírus, o MS promoverá, de 6 a 31/08, a Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite e o Sarampo. Nesta campanha, as crianças devem ser levadas aos serviços de saúde mesmo que tenham sido vacinadas anteriormente. As vacinas estão disponíveis nas mais de 36 mil salas de vacinação do país de acordo com as indicações do Calendário Nacional de Vacinação. O Brasil não registra casos de poliomielite desde 1990, mas mantém em seu calendário vacinal a imunização contra a doença, uma vez que o país tem sido destino imigratório.
Jovens e adultos que também não têm confirmação da imunização contra o sarampo já podem se dirigir aos postos de saúde para vacinação, conforme o calendário.
Considerando o alto potencial de contaminação do sarampo, a importância de se ter a vacinação em dia é de extrema importância. “O sarampo é uma doença infecciosa eminentemente transmissível. Para se ter ideia, uma pessoa contaminada pode transmitir o vírus para, em média, 18 pessoas”, explicou o conselheiro do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) e médico infectologista, Caio Rosenthal.

Esquema vacinal
As pessoas sem registro prévio de vacinação devem seguir o seguinte esquema vacinal da Tríplice Viral-SCR, que protege contra o sarampo, caxumba e rubéola:
A partir dos dez até os 29 anos de idade, deverão ser administradas duas doses da vacina de tríplice viral, e de 30 a 49 anos, apenas uma dose;
Profissionais da saúde (médicos, enfermeiros, dentistas e outros) ou que atuem no setor de turismo devem ter registradas duas doses válidas da vacina Tríplice Viral-SCR;
A primeira dose da vacina deve ser ministrada aos 12 meses de idade. É preciso fazer um intervalo de pelo menos um mês entre uma dose e outra, independente da faixa etária;
Mulheres grávidas e pessoas com suspeita de contagio não podem ser vacinadas;
Eventuais doses adicionais da vacina não trazem maior risco.

Sintomas
O Cremesp alerta a comunidade médica e a sociedade em geral sobre os seguintes sintomas:
Febre alta, acima de 38,5°C;
Dor de cabeça;
Manchas vermelhas, que surgem primeiro no rosto e atrás das orelhas, e, em seguida, se espalham pelo corpo;
Tosse;
Coriza;
Conjuntivite;
Manchas brancas que aparecem na mucosa bucal conhecida como sinal de koplik, que antecede de 1 a 2 dias antes do aparecimento das manchas vermelhas.
As autoridades sanitárias do Brasil reforçam a recomendação para que todos os casos suspeitos de sarampo sejam notificados em 24h e investigados em 48h. Todo indivíduo que, independente da idade e situação vacinal, apresentar febre e enxantema maculopapular, acompanhado de um ou mais dos sintomas mencionados acima, deve imediatamente dirigir-se a uma unidade de saúde. Para mais informações, acesse: https://goo.gl/FijQkL

Manifestação do vírus
Na Europa, já foram notificados mais de 21 mil casos da doença em 2017, além de 35 óbitos, acometendo principalmente adolescentes e adultos jovens. A queda nas taxas de cobertura vacinal neste continente é o principal fator implicado no aumento do número de casos, e no Brasil, não é diferente. “Nós estamos passando por este estado de alerta justamente pela baixa cobertura vacinal. Campanhas contra a imunização, ou seja, contra estas vacinas, representam uma monstruosidade para a saúde pública do país”, complementou Rosenthal.
Desde julho de 2017, a Venezuela enfrenta um surto da doença. A atual situação econômica enfrentada pelo país ocasiona um intenso movimento migratório que contribuiu para a propagação do vírus para outros países da América do Sul, incluindo o Brasil. O genótipo do sarampo, denominado genótipo D 8, é o mesmo que circula no país venezuelano, e sua manifestação resultou, até meados de julho de 2018, em mais de três mil casos suspeitos. Dentre os óbitos confirmados, encontram-se crianças venezuelanas e brasileiras que não foram devidamente vacinadas.


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