Basta de violência!


Basta de violência!
Foto: divulgação

Neste domingo (11) acordamos com a notícia de que mais um médico perdeu sua vida numa tentativa de assalto. Roberto Kunimassa Kikawa, 48 anos, foi morto a tiros no bairro do Ipiranga, na Zona Sul de São Paulo. Segundo sua secretária, que testemunhou o crime, ele tentava acalmar os criminosos quando um deles o confundiu com um policial e atirou.
Kikawa era gastroenterologista, mas mais conhecido por ter fundado, em 2008, a Carreta da Saúde, iniciativa que leva atendimento médico especializado em unidades móveis a pacientes de baixa renda do SUS.
A iniciativa surgiu após uma promessa que ele fez ao pai, que morreu de câncer após descobrir a doença em estágio já avançado. Neste juramento, Roberto prometeu ser um médico mais humano, que olhasse nos olhos das pessoas e as atendesse com a atenção que mereciam.
Mais uma vez, um ser humano que dedicou sua vida a mitigar o sofrimento da população acaba vítima da escalada de violência que assola nosso país. Basta de violência! Basta de ver cidadãos de bem perderem suas vidas por causa de bens materiais!
Essa banalização da violência urbana e os crescentes índices de criminalidade chegaram a uma situação insustentável. Não se vive hoje sem o medo constante da agressão física ou moral; não se consegue mais estabelecer um sentimento de segurança plena.
A incapacidade das autoridades policiais em controlar ou diminuir esses casos de violência já extrapolaram o limite suportável. O modelo atual das políticas de segurança pública precisam de alterações sérias e urgentes.
Nesta época de transição governamental, clamamos aos nossos futuros governantes um engajamento sincero e comprometido para a criação de mudanças efetivas. Que sejam elaboradas medidas realmente eficazes e possíveis de serem executadas, despidas de toda e qualquer intenção eleitoreira. No momento, não adianta discutir os prós e os contras da posse ou porte de arma. O que precisamos é que se restaurem os valores éticos e morais de preservação da dignidade humana para que enfim, possamos ver a queda no número desses casos de violência desmedida.
Agora, só nos resta expressar nossas mais sinceras condolências à esposa e aos dois filhos do colega Roberto Kikawa.

Dra. Maria Claudia S. Cassiano
Presidente do Sindicato dos Médicos de Santos,
São Vicente, Guarujá, Cubatão e Praia Grande (Sindimed)


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